terça-feira, 12 de junho de 2012


Pessoal,

Peço desculpas pela minha ausência nos últimos tempos, mas prometo que vou colocar o blog em dia. 
Essa postagem de hoje não falara sobre reencenação e sim sobre um herói de verdade da nossa FEB, um verdadeiro ícone do bom brasileiro.



Cabo José Esperança - FEB Ribeirão Preto-SP



Principais Condecorações:
- Cruz de Combate 1ª Classe
- Bronze Star Medal americana - 5 de março de 1945


Uma casamata oferecia resistência há 4 dias sem que os americanos conseguissem silenciá-la ou ultrapassá-la. Enquanto estratégias eram delineadas, o cabo José Esperança assaltou sozinho a casamata, iniciando com um tiro de bazooka, a aprisionando seus ocupantes. Os americanos só souberam do ataque quando viram uma baioneta com um lenço branco na abertura frontal da casamata. Ao chegarem, encontraram lá dentro o José - empunhando uma pistola, mantendo guarda sobre 7 alemães, sozinho, e 6 alemães mortos.

  Esperança foi considerado o maior bazuqueiro da FEB, e entre tantos atos seus podemos destacar a derrubada com um tiro certeiro de bazuca, em condições muito adversas,da torre da igreja de Zocca e eliminação de um ninho de metraladoras ali instalado que praticamente impedia a entrada de tropas na cidade e o acerto de três tiros de bazuca, dos únicos quatro que tinha a partir de um ponto que o inimigo permitiu que ele chegasse, mas sem que dali pudesse recuar, fechado por quatro pontos de fogo inimigos que se abriram sobre ele. Ao acertar estes três tiros, acabou libertando um Tenente Americano que estava preso pelos alemães e por conta do relato deste tenente é que foi agraciado com a BROZE STAR. e só depois disto, como sempre, acabou reconhecido pelo Brasil com a Medalha de Cruz de Combate de 1ª Classe.

 Segue um fragmento do relato relatado pelo veterano Ferdinando Piske "Anotações do 'front' Italiano" sobre essa passagem dos combates em Zocca:


"Foi então que vimos uma coisa que, se me contassem, dificilmente eu acreditaria: de repente, um pracinha da patrulha, bazooka no ombro, pulou no meio da rua, onde se ajoelhou. Imediatamente centenas de balas picaram o calçamento em volta dele. O pracinha, imperturbável, levantou a arma, fez pontaria (num tempo que me pareceu um século), e disparou. A granada deve ter batido no lado da janela da torre onde estava a lourdinha (MG-42). Esta silenciou e o sino deu algumas rápidas batidas, como se alguém estivesse segurando a corda que o acionava. Como os alemães todos voltassem suas atenções para aquele pracinha isolado, no meio da rua, deram chance aos demais, inclusive à nossa patrulha, para caprichar na pontaria. O pracinha, com três pulos espetaculares, voltou para dentro de uma casa. Dentro de mais ou menos cinco minutos, a patrulha tinha livre o caminho de volta."

Depoimento do próprio José Esperança:

"Chegamos num ponto, o alemão deixou-nos chegar quase até a barba deles, e de lá da torre da igreja eles atiravam em nós, eu atirei na casamata e derrubei a torre da igreja, prendemos todos que estavam lá dentro, andou machucando bastante mas não morreu. Eu tinha medo de matar pessoas. Eu preferia morrer do que matar. Eu não sei que besteira na cabeça, mas eu achava que não devia matar ninguém."


Cabo José Esperança já no Brasil aguardando o desfile da vitória, note a bronze Star no peito dele.


 Infelizmente eu não pude conhecer esse bravo ribeirão pretano, “Zé Esperança” , como era chamado pelos irmãos veteranos, deixou essa esfera no dia 26/05/06 sexta-feira começo da noite, tendo sofrido uma parada cardíaca após ficar internado alguns dias em uma CTI. Foi sepultado com honras militares no cemitério Bom Pastor.